“Toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna” (Jo 6,40)
A celebração dos fiéis falecidos não é, para nós cristãos, o dia de finados, como tivéssemos sido criados para a morte em si mesma e não para a vida. Não se celebra a morte, como se fosse o fim! Fomos criados para a Vida, por isso, celebramos a razão de nossa esperança que é o mistério Pascal de Cristo, do qual os fiéis falecidos participam plenamente.
Na verdade, celebramos a plenitude da vida dos que já viveram sua páscoa definitiva. Por isso, ao celebrarmos a esperança da vida eterna e feliz, nós contemplamos a vida para além de seu limite maior que é a morte. Tal limite, causa de nossa angústia, foi superado pelo autor da vida, Jesus Cristo, que, morrendo, destruiu a morte e, ressurgindo, deu-nos a vida e renovou a nossa esperança.
Tal esperança é testemunhada por Jó (cf. 1a leitura), que reconhece que o seu redentor está vivo. Diante do sofrimento e da iminência de sua morte, Jô sente a presença de Deus e expressa sua esperança de ver o Senhor da vida, de estar sempre unido a Ele.
Na 2a leitura, São Paulo nos lembra que “a esperança não decepciona, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Além disso, acrescenta que a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando ainda éramos pecadores e que pelo seu sangue fomos reconciliados com Deus, garantindo-nos a salvação pela sua vida doada em nosso favor.
Esse gesto de Jesus, lembrado por Paulo, confirma a vontade de Deus que enviou o seu único Filho para que não se perca nenhum daqueles que o Pai lhe deu, mas que os ressuscite no último dia. Eis a vontade de Deus, razão de nossa alegria e de nossa esperança: “que toda pessoa que vê o Filho” – ou seja, que conhece o Filho e faz a experiência do encontro com Ele – e “Nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 40).
Pe. Danival Milagres Coelho.
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